Nesta quarta-feira (22), a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a 49ª Campanha da Fraternidade com
o tema: "Fraternidade e Saúde Pública". A ideia é mobilizar a
população em torno da importância do fortalecimento da saúde pública no Brasil.
A Campanha que acontece durante todo o período da quaresma terá o lema: “Que a
saúde se difunda sobre a terra”, tirado do livro do Eclesiástico, da Bíblia.
Para o secretário-geral da
CNBB, dom Leonardo Steiner, a Campanha da Fraternidade 2012 tem como objetivo
geral “refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida
saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção
aos enfermos e mobiliza por melhoria no sistema público de saúde”.
Para o religioso, a saúde
pública brasileira pode melhorar ainda mais. “São significativos os avanços
verificados nas últimas décadas na área da saúde pública, principalmente na
redução da mortalidade infantil, a erradicação de algumas doenças
infecto-parasitárias e o aumento da eficiência da vacinação e do tratamento da
aids. Mas, não é exagero dizer que a saúde pública no país não vai bem. Os
problemas verificados na área da saúde são reflexo do contexto mais amplo de
nossa economia de mercado, que não tem, muitas vezes, como horizonte, os
valores ético-morais e sociais”, comenta dom Leonardo.
Realizada desde 1964, a
Campanha da Fraternidade mobiliza toda a comunidade cristã do país e procura
envolver outros segmentos da sociedade no debate do tema escolhido. São
produzidos vários materiais para uso das comunidades com destaque para o
texto-base, produzido por uma equipe de especialistas. Ainda, na campanha, a
CNBB expõe preocupações sociais com relação à saúde pública, como a humanização
do atendimento aos pacientes e o financiamento da saúde pública.
Segundo o ministro da
saúde, Alexandre Padilha, que participou do lançamento da campanha, a área da
saúde terá orçamento 17% maior que em 2011, com recursos na ordem de R$ 72
bilhões. “O aumento de R$ 13 bilhões é o maior aumento nominal que já existiu
de recursos para a saúde de um ano para o outro, desde o ano 2000. O meu papel
como ministro não é ficar esperando os recursos virem, mas, sobretudo, fazer
mais com o que temos”. O ministro disse ainda que o contingenciamento de R$ 5
bilhões, com o corte do Orçamento anunciado pelo governo na semana passada, não
afetará nenhum programa da pasta. “Tudo o que estava programado pelo Ministério
da Saúde e foi encaminhado para o Congresso Nacional está absolutamente
mantido”.
De acordo com o membro do
Conselho Nacional de Saúde, Clóvis Boufleur, a Campanha da Fraternidade 2012
pretende efetivar a participação de conselhos estaduais e municipais de saúde.
Entre os temas que serão debatidos nos conselhos, está a violência, a obesidade
e a gravidez na adolescência. “A violência dentro de casa se transformou em um
problema de saúde. A partir dos 4 anos de idade, os acidentes e a violência são
as principais causas de mortes de crianças e jovens”, explica.
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